Responsabilidade enunciativa vira objeto de estudo em projeto de pesquisa
Responsabilidade enunciativa vira objeto de estudo em
projeto de pesquisa
Projeto de iniciação científica do
Departamento de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Norte inclui o
estudo de textos jornalísticos em sua linha de pesquisa
Por Marcos Pinto Filho e Mattheus Rocha
O grupo, implantado em 2008, realiza
encontros semanais no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (Foto:
Divulgação)
O Grupo de Pesquisa em Análise
Textual dos Discursos, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Estudos da
Linguagem (PPgEL), vem desenvolvendo pesquisas que envolvem diversos tipos de
textos, incluindo o texto jornalístico. O grupo, em 2017, chegou a publicar 32
trabalhos na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. O projeto de pesquisa “Dispositivos
enunciativos em textos representativos das esferas jurídica, administrativa e
jornalística”, coordenado pela Profa. Dra. Célia Maria de Medeiros, tem como
objetivo contribuir para uma maior compreensão dos textos que circulam nessas
esferas, uma vez que há uma pluralidade de gêneros discursivos textuais que se
constituem em materialidade linguística importante para a pesquisa científica.
“Nós estudamos e identificamos textos concretos que circulam em domínios
discursivos diversos como, por exemplo, o midiático. Minha bolsista e eu
decidimos que o gênero escolhido para nossa linha de pesquisa seria o
editorial”, disse a professora. A coleta de dados será feita ao analisar os
editoriais das principais revistas que circulam atualmente no país, observando
as nuances da estrutura textual e os estilos que predominam no gênero. “É muito
importante o estudo da responsabilidade enunciativa por que, inclusive, na área
jornalística, isso já foi caso de processo”. De acordo com Célia Medeiros,
mesmo utilizando o discurso do outro, no jornalismo é bastante comum
encontrarmos certas marcas linguísticas que apontam a voz do interlocutor
primário que, neste caso, é o próprio autor do texto, ou seja, o jornalista.
Isso acontece nas citações diretas e indiretas.
A bolsista Maria Letícia França, 20,
estudante do curso de Jornalismo da UFRN, demonstrou satisfação com o projeto
de pesquisa no qual participa. “No início da pesquisa ela me deixou bem
tranquila quanto a escolha do gênero que iríamos trabalhar. Acabei escolhendo o
editorial por que ele carrega consigo a voz da revista e vai de encontro com o
fato do jornalista ter de ser sempre imparcial e não poder, de forma direta,
expressar sua opinião sobre as coisas.” Letícia pretende publicar um artigo
científico no início do próximo ano, com o auxílio da sua orientadora, sobre as
pesquisas na área do jornalismo. Desde o mês de agosto, a estudante pôde
participar dos encontros do grupo no edifício do Centro de Ciências Humanas,
Letras e Artes (CCHLA) e conciliar a pesquisa com as aulas ordinárias de seu
curso: “sempre gostei muito de língua portuguesa e, no ensino médio, fiquei na
dúvida entre os cursos de Jornalismo e Letras. Acabei unindo o útil ao
agradável e a troca de experiências entre os alunos de iniciação com os professores
é algo que só engrandece muito minha formação acadêmica”. A bolsa de Letícia
para essa pesquisa é válida até meados de 2019. Até lá, a estudante também
espera participar de congressos sobre o tema estudado.
Comentários
Postar um comentário