Precursora na interpretação de libras para deficientes auditivos em sua grade local, a TV Câmara Natal se destaca entre as emissoras potiguares

Precursora na interpretação de libras para deficientes auditivos
em sua grade local, a TV Câmara Natal se destaca
entre as emissoras potiguares

A TV conta com dois intérpretes em seu quadro de funcionários, responsáveis por traduzir
sessões na linguagem de sinais

Por Lorena Machado e Rodrigo Maker

Pioneira na inclusão da linguagem de Libras nas sessões ordinárias da Câmara Municipal de Natal, a TV Câmara  vem desde 2014 se destacando quando se fala em inclusão de surdos e mudos. Hoje, o trabalho é realizado tanto nas sessões ordinárias da casa quanto nas solenidades e nas reuniões de comissões da Câmara.

Atualmente, a Tv conta com o trabalho de dois intérpretes, que se revezam a cada 15 minutos durantes as atividades da casa.  “Quando iniciamos o trabalho na emissora, muitos órgãos públicos entraram em contato com a direção para saber como era a implantação da libras, pois houve uma resposta muito positiva do público surdo”, ressaltou a intérprete Danielle Santos. De acordo com Danielle, as pessoas foram muito receptivas ao trabalho desenvolvido. “Não apenas os surdos, que na maioria agradecem bastante e se sentem respeitados e representados por nós, mas a população em geral”, destacou.

Recentemente, na Câmara Municipal, a Comissão da Frente Parlamentar em Defesa à Pessoa solicitou que os intérpretes estivessem presentes também na reuniões. Recentemente, no mês de setembro, foi aprovado um projeto de lei para que se tenha a presença de intérpretes nas programações públicas promovidas pela prefeitura. “Acredito que todos nós somos responsáveis para que a inclusão, de fato, seja efetivada, seja ela visual, auditiva ou mobilidade reduzida. Muito se conquistou, já que muito surdos não iam a escola, faculdade e não tinha convivência em sociedade. A partir do momento que conhecemos, nos colocamos no lugar do próximo e trabalhamos para que uma pequena parte da sociedade seja vista e envolvida”, concluiu Danielle.

Danielle desempenha a função de intérprete de libras na TV Câmara de Natal

Desde 2015, a proposta de normas brasileiras para a transmissão de informações
pela Língua Brasileira de Sinais (Libras) nos programas veiculados
pelas emissoras de televisão, foi aprovada

A meta é que, até 2020, a utilização da linguagem seja completa pelas emissoras brasileiras

Em julho de 2015 foi aprovada a proposta de normas brasileiras para a transmissão de informações pela Língua Brasileira de Sinais (Libras) em programas de televisão. O projeto  consiste em exigir recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência na programação veiculada nos serviços de radiodifusão de sons e imagens e de retransmissão de televisão. Além da janela de Linguagem de sinais, os recursos obrigatórios exigem a janela oculta (“closed caption”), a dublagem e a audiodescrição. A norma foi desenvolvida pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com recursos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e da Hitachi Linear e pesquisadores do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (LAViD).

A Libras, Língua Brasileira de Sinais, é o idioma oficial do Brasil desde o ano de 2002. A linguagem detém estrutura gramatical individual e que não está atrelada à língua oral – a compreensão se  dá por meio da interpretação das expressões manual, corporal e facial. Ela não é considerada uma linguagem universal: assim como cada país possui sua própria língua oral, a língua de sinais também é única em cada nação. Para que as emissoras se adequem à utilização de linguagem de sinais, foi criado pelo governo federal um cronograma para que a utilização dos recursos possa ser gradativa. 

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