Número de moradores de rua na capital potiguar preocupa e a sociedade tenta fazer a diferença

Número de moradores de rua na capital potiguar preocupa e a sociedade tenta fazer a diferença
Políticas públicas de combate ao crescimento da população de rua ainda são insuficientes em Natal

Por Mattheus Rocha e Marcos Pinto Filho

O Centro POP está localizado em um local com grande número de moradores de rua: o  Viaduto do Baldo (Foto: Divulgação)

Por mais que não exista atualmente um número conclusivo da quantidade de pessoas que vivem em situação de rua na cidade de Natal, o crescimento desse grupo é uma realidade, principalmente nos bairros mais tradicionais da capital como Cidade Alta e Ribeira. Silvana Vieira, assessora de comunicação da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (SEMTAS), afirma que a situação atual é alarmante e precisa ser encarada com seriedade e comprometimento. O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), localizado no Barro Vermelho, oferece desde acompanhamento psicológico até serviços de lavanderia e banheiro para os necessitados. Outra instituição que trabalha em conjunto com o Centro POP é o Albergue Municipal, localizado na Rua Princesa Isabel, Cidade Alta. Lá são atendidos, em média, 60 pessoas com idade entre 18 e 60 anos e que estejam em situação de risco. Uma das estratégias da prefeitura para tentar solucionar essa realidade é a de oferecer cursos profissionalizantes e palestras para os frequentadores do Albergue.
A autônoma Cristiane Teixeira, 47, aponta que um dos grandes obstáculos dessa batalha é o desprezo da sociedade como um todo. “As pessoas parecem não perceber que existem pessoas necessitadas nas ruas de nossa cidade. É algo muito triste de se ver”. Cristiane, que já trabalhou como secretária paroquial, conta do auxílio que a Igreja Católica presta para a população carente: “Os voluntários que fazem a pastoral acontecer. Fazer o bem sem esperar algo em troca é algo que nos engrandece muito como pessoa e nos torna mais próximo de Deus, mais humanos”, concluiu. A Pastoral do Morador de Rua foi um projeto idealizado por Mons. Lucas Batista Neto, pároco de duas igrejas da zona Sul de Natal, que tem como objetivo mudar a vida das pessoas que sobrevivem nas ruas da cidade.

A fé acaba sendo um conforto para os que vivem a margem da sociedade (Foto: Rodrigo Maker)

Outros projetos parecidos são encontrados em todas as partes da cidade. O grupo São Francisco de Paula, atuante no centro da cidade, alimenta e leva a palavra de Deus para os necessitados, enquanto que o Centro Espírita Irmãos do Caminho sai pelas ruas da Vila de Ponta Negra em busca dos que mais precisam para socorrê-los. É notória a insuficiência da ações da Prefeitura no combate ao crescimento dos moradores de rua e, infelizmente, essa problemática é vista com desprezo por parte dos governantes e também por parte da população. 

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