Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras vem transformando o cenário da educação do Rio Grande do Norte

Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras vem transformando o cenário da educação do Rio Grande do Norte


Com 792 bibliotecas implantadas, o Programa proporciona o acesso a literatura à 62.646 famílias da Zona Rural do estado.


Por: Lorena Machado e Rodrigo Maker

          Foto: Ascom Secretaria de Estado de Assuntos Fundiários e Apoio à Reforma Agrária (Seara)
                             O Rio Grande do Norte é o quarto estado com o maior número de Arcas no Brasil.


Criado em 2003, o Programa de Bibliotecas Rurais “Arca das Letras” vem mudando positivamente a vida de crianças e jovens que vivem na zona rural do nosso estado. É que o Arca das Letras é um programa de bibliotecas rurais e de formação de agentes de leitura da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), e é coordenado pela Secretaria de Estado de Assuntos Fundiários e Apoio à Reforma Agrária (Seara). Ele tem como objetivo fortalecer as respectivas iniciativas de incentivo à leitura no meio rural e, principalmente, de oferecer aos seus beneficiários uma gama de conteúdos que contribuam com as estratégias locais de incentivo à leitura e à inclusão produtiva.
O RN é o quarto estado brasileiro com mais bibliotecas implantadas. Dos 167 municípios potiguares, 117 já foram beneficiados pelo Programa Arca das Letras. São mais de 700 bibliotecas rurais implantadas, com um acervo de livros superior a 150 mil, que beneficiam aproximadamente 60 mil famílias de agricultores familiares.

As comunidades participam da formação e implantação das bibliotecas. Os moradores indicam o local de instalação das Arcas, os assuntos de seu interesse e seus Agentes de Leitura, voluntários das próprias comunidades que são responsáveis pelo empréstimo dos livros e pelo incentivo à leitura no local. Cada Arca comporta mais de 200 títulos, entre literatura infantil, literatura para jovens e adultos, livros didáticos, de pesquisa e técnicos (sobre saúde, cidadania e agricultura).


     Foto: Ascom Secretaria de Estado de Assuntos Fundiários e Apoio à Reforma Agrária (Seara)
O Arca das Letras também  produz informações de interesse para as pessoas que vivem no meio rural.

Para receber uma biblioteca Arca das Letras em sua comunidade, basta convocar os membros da comunidade, em especial, lideranças comunitárias, pessoas que atuam em ações culturais, artistas e interessados em geral; em seguida, preencher o Formulário de Consulta com o objetivo de traçar o perfil das famílias que serão beneficiadas (este documento envolve questões relacionadas a aspectos culturais, educacionais e econômicos, bem como a definição de quem se disponibilizará a se tornar o agente de leitura na comunidade). A comunidade rural que tiver interesse deve procurar a Seara para realizar os trâmites necessários para a execução do programa.

 A comunidade indica o agente de leitura que irá atuar como responsável pela gestão da biblioteca. A pessoa indicada assume o compromisso de cuidar do acervo, controlar o empréstimo e mobilizar a comunidade em prol de ações de incentivo à leitura e cultura. O agente será capacitado pela equipe pela equipe da Seara. Toda biblioteca organiza suas regras definindo dias e horários de funcionamento. “Essa capacitação é muito importante, pois o agente irá conhecer mais profundamente o programa e a sua missão, ficando sob a responsabilidade dele de zelar e gerir a biblioteca. Além disso, o agente realizará atividades para integrar as crianças e jovens, como rodas de leitura, saraus, contação de história etc”, falou Raimundo Costa, titular da Seara.

O alto índice de analfabetismo do Rio Grande do Norte não coopera 
para melhores resultados na aplicação do Programa Arca das Letras

Embora os dados do Programa sejam bem expressivos e relevantes, o Rio Grande do Norte sempre foi destaque nacional nos dados negativos relacionados ao analfabetismo. Mas segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), o estado que demonstra  crescente evolução no último levantamento feito em 2015, ainda assim, amarga a penúltima posição no quadro do analfabetismo brasileiro.

Mesmo assim, com resultados positivos em algumas cidades, quando se trata do Rio Grande do Norte, a nota está muito abaixo da meta. O estado apresenta a segunda pior nota do Brasil, estando à frente, apenas, de Sergipe. Na avaliação da Secretária Estadual de Educação do RN (Seec), professora Cláudia Santa Rosa, as notas mostram avanços e desafios para a Seec: “Quando observamos o desempenho dos anos iniciais do Ensino Fundamental, fica claro que todas as ações de capacitação, acompanhamento, os programas da área, como Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), e formação de leitores, e o maior número de professores na rede contribuíram para a melhoria no ensino”.

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