Depressão na infância, uma triste e crescente realidade.

Depressão na infância, uma triste e crescente realidade.
Cada vez mais os jovens estão depressivos e números assustam.

Por Naryelle Keyse e Michelle Martins

Uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no ano de 2014 apontou que 20% das crianças e adolescentes, em todo planeta, apresentam sintomas de depressão.

    Fonte: Google Imagens

A depressão tem acometido cada vez crianças e adolescentes no mundo inteiro.

De acordo com Jandira dos Anjos Alencar, psicóloga clínica e especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, as principais características de um transtorno como esse são, por um lado, um estado de ânimo irritável e, por outro, falta de motivação e diminuição de comportamentos adaptativos. Pode-se notar também alteração no apetite, no sono, na atividade motora, cansaço, baixo conceito de si mesmo, baixa autoestima, sentimentos de culpa, dificuldade para pensar ou se concentrar, indecisão, ideias de morte e/ou de suicídio e tentativas de suicídio.
O transtorno repercute negativamente em nível pessoal, familiar, escolar e social. Jandira ainda destaca que para um diagnóstico completo, há critérios que precisam ser precisamente preenchidos e a busca por um profissional que possa cuidar e avaliar a queixa é fundamental.
Segundo a psicóloga, a depressão se origina pela interação de fatores ambientais, físicos e sociais, também fatores pessoais, biológicos e psicológicos. Fatores como pobreza, isolamento, doenças incapacitantes, repertório baixo de comportamentos, temperamento, genética, pautas inadequadas de criação, educação e socialização, ambientes físicos e sociais agressivos, problemas psicológicos dos pais, estilo educativo autoritário e punitivo, fracasso escolar inesperado, estupro, fome, entre outros podem caracterizar como fatores que juntamente com vários outros podem contribuir para uma criança desencadear depressão. Acerca dos fatores de risco, ela afirma que é preciso considerar que nesse campo estão elementos do tipo orgânico, pessoal e social.

Entre estes elementos de risco para depressão infantil encontram-se:
  • ·       A depressão materna - filhos com mãe depressiva aumentam consideravelmente as chances de desenvolver, pois a patologia apresenta um impacto na vida da criança.
  •     Os problemas familiares - tudo que ocorre na família repercute no desenvolvimento social e emocional da criança.  Entre os elementos familiares nocivos estão: relacionamento conjugal ruim, desajustes de laços afetivos com o filho, ruptura familiar, falta de supervisão ou a abandono escolar e maus tratos.
  •     As características pessoais - temperamento, estrutura de personalidade, autoestima, auto eficácia, estilos atribucionais e sociabilidade.
  •     Os acontecimentos negativos - todo acontecimento negativo representa um estresse e este relaciona-se a uma reação emocional negativa. Crianças submetidas a repetidas experiências negativas envolvendo perda apresentam maior tendência à depressão.

A partir de um estado de ânimo irritável, e inúmeros problemas próprios da infância e adolescência, como dificuldade de aprendizagem, hiperatividade, comportamento antissocial, ansiedade de separação, anorexia nervosa, alguns autores começaram a teorizar que a depressão era um transtorno latente que se manifestava de diferentes formas.
Nos anos 1970 começou a variar o estado da questão. Em 1971 aconteceu em Estocolmo o IV congresso europeu de paidopsiquiatria, cujo tema central foram os estudos depressivos na criança e no adolescente.  Já em 1975 o influente National Intitute of Mental Healt defendeu a existência da depressão infantil. Em 1976, o Group for the Advancement os Psychiatry incluiu o transtorno em seu sistema diagnóstico e isso conduziu a American Psychiatry Association (APA) a reconhecer formalmente na 3° edição do manual dia diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais, publicado em 1980, a existência de depressão infantil.

Jandira dos Anjos Alencar

Psicóloga clínica (2010) Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental UFRN, atua na abordagem Cognitiva Comportamental, com experiência como Psicóloga Clínica de Autistas na APAARN (2010/2011), experiência como Psicóloga Clínica no Espaço Mosaico Terapêutico, experiência como Psicóloga da SEMTAS/CREAS RN (2012), experiência como Psicóloga da SEMAS/CRAS Brejinho RN (2014), experiência como psicóloga clínica Infantil da Secretária de Saúde de Brejinho RN (2014, 2015,2016)


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